terça-feira, 3 de junho de 2014

A EMOÇÃO DE VOAR UM PARAMOTOR RÁDIO CONTROLADO

Após alguns anos voando aeromodelos “comuns” eu me cansei deles e descobri que queria algo diferente, inovador e de preferência que não se quebrasse muito facilmente como os outros aeromodelos dos quais já estava habituado a voar.
Um belo dia surfando na Internet me deparei com um modelo de um Paramotor Rádio Controlado, pensei porque não fazer um desses? Comecei então a pesquisar sobre o bicho.Após estudos, e-mail's para toda a parte do mundo e pesquisa na Internet eu consegui reunir todo o material que precisava para começar a desenvolver o meu tão sonhado aeromodelo.Comecei a construção de um primeiro protótipo, a asa eu usei um Kite comum de 1,7 metros quadrados daqueles usados pra prática de Kitebuggy. Como a Lei de Murphy nunca falha o primeiro protótipo não deu certo. Passei a estudar melhor a asa pois tinha plena certeza que o problema estava ali, entrei am alguns fóruns de Kitemakers, bati papo com muita gente, que diga meu amigo Fábio Gilli, mas enfim descobri que aquele Kite como asa nunca daria certo, por dois motivos básicos: Não tinha área e o seu Ângulo de Incidência era demasiado positivo.Eu também estava usando os comandos esquerda/direita de modo clássico como nos Paramotores/Paragliders reais, puxando o bordo de fuga, descobri que o movimento era muito curto para os servos de meu rádio controle e eu ia ter de usar servos com alto torque e longos braços o que aumentaria bastante o custo de meu projeto, resolvi este problema no segundo protótipo através de uma barra horizontal que altera o CG do carrinho.No segundo protótipo, já com as alterações na asa e nos comandos o modelo voou muito bem com uma asa bem parecida com um para-quedas, com as aberturas das células a 45º do bordo de ataque e ângulo de incidência negativo, a belezinha voou que foi uma maravilha, voei o segundo protótipo por alguns meses até que em um belo dia ele foi literalmente atropelado por outro aeromodelo. Naquele momento quase desisti de refazer o Paramotor pois ver um ano e meio de trabalho espatifado e espalhado pelo chão não foi fácil.... porém quando o “vírus aéreus” te pega de jeito não dá, fui para o terceiro protótipo com o qual estou voando muito bem obrigado.
O VÔO
O vôo é tudo o que você pode imaginar de mais fácil e tranqüilo, até mesmo quem nunca pilotou um aeromodelo pode pilotar um Paramotor R/C. Ele voa muito lento é um “slow fly” de verdade, sua velocidade em dias de pouco vento não ultrapassa os 10Km/h, o que o torna também interessante para colocar câmeras fotográficas ou filmadoras. A velocidade de vôo é praticamente constante e aumentar a potência do motor não irá aumentar sua velocidade, isso é muito particular a este tipo de modelo, pois quando você aumenta a potência do motor o carrinho vai para frente aumentando o ângulo de ataque e fazendo com que seu modelo suba, se continuar aumentando a potência ela vai aumentar o ângulo de ataque até estolar, o que para ele não é nada demais, o carrinho vai simplesmente pendular. Os comando que temos são: esquerda/direita através de uma barra horizontal que altera o CG do conjunto, e subir/descer – através da potência do motor.A decolagem é bem simples e requer não mais que alguns metros, direcione o Paramotor contra o vento e peça para um amigo segurar uma ponta da asa enquanto você segura a outra ponta, aplique potência no motor suficiente apenas para fazer o carrinho andar e manter a “asa cheia”, isso se faz em menos de 5 km/h quando você perceber que a asa está cheia solte-a e aplique somente um pouquinho mais de potência, pronto o bicho irá subir como fogos de artifício! Bastante cuidado neste momento pois se você aplicar potência demais ele irá estolar e pendular bem próximo ao chão, e isso todos nós sabemos que não é bom.Para fazer curvas fechadas, retire a potência do motor antes de iniciar a curva, isso fará com que o peso do carrinho venha mais para o centro da asa fazendo a curva mais fechada.O pouso é bem simples, vá retirando a potência do motor e deixe o carro descer, quando perceber que está bem próximo ao chão aplique um pouco de potência novamente para fazer o “flare” e pronto você já pousou. Se você usar um motor para aeromodelos da classe .40 ou .46 a única recomendação que dou é a de não voar em dias de vento, pois o arrasto dado pelo conjunto é muito grande e o motor tem pouca potência para vencê-lo, seu Paramotor irá parecer mais um beija flor parado no ar...
CONSTRUÇÃO
Vou deixar aqui minha pequena contribuição para os amigos aeromodelistas e entusiastas que queiram fazer seu próprio Paramotor Rádio Controlado. Sintam-se livres para fazer qualquer alteração no projeto que julguem necessária, só não se esqueçam de me mandar as fotos! Eu optei pela construção clássica, com motor atrás e hélice Pusher, mas alguns amigos meus já fizeram com o motor na frente.                                                 MOTORIZAÇÃO
Usei no meu modelo um motor OS .46 LA, com cerca de 6cc, e uma hélice Pusher de 11x6
SISTEMA DE RÁDIO
Usei um sistema de rádio padrão da Futaba com 4 canais e 3 servos padrão. Dois para a barra de direção e um para a aceleração do motor.
ASA
A asa é feita de nylon Ripstop e tem 15 células, mede 3 metros por 90 cm, não há nada de especial na mesma, qualquer kitemaker pode fazê-la usando um perfil de “kites comuns” como os das Quadrifoils, Blades, Skytigers, ou Eliminators o único ponto importante é deixá-la com incidência negativa, eu usei cerca de 3º. Essa asa pode ser adquirida no site www.pipasesportivas.com.br
CONSTRUÇÃO DO CARRO
O carro pode ser feito à partir de uma chapa de madeira compensada comum ou com compensado aeronáutico. Medindo 5mm de espessura por 35cm de comprimento e 16cm de largura. Corte dois triângulos retângulos medindo nos catetos 7x15 cm, eles serão a base para o suporte do motor. Corte a base como achar melhor e cole os suportes na parte traseira da base. Neste suporte você irá colocar o montante do motor.Neste ponto é interessante salientar que não é preciso nenhum tipo de angulação no motor para compensar o torque, simplesmente coloque-o a 90º.
TREM DE POUSO
Recomendo um trem de pouso alto e largo, para proteger o motor, rádio e hélices de possíveis capotadas.
BARRA DE COMANDOS
A barra de comandos consiste em um tubo de alumínio medindo cerca de 40cm, na verdade não importa muito o tamanho da barra, o importante é que ela se move pelo menos 5cm para baixo e para cima. O suporte para a barra eu fiz com uma chapa de alumínio de 2cm de largura pr 4mm de espessura, ele forma o desenho como se vê na foto. (ilustrar com uma foto bem próxima)
DADOS DO PROJETO
Peso total: 2,7 Kg
Motor: O.S. .46 LA
Hélice: APC 11x6 Pusher
Rádio:Futaba 4 canais com 3 servos Standard
Tanque: 10oz
Asa: Nylon Ripstop 15 Células e 3 de envergadura por 0,90 de comprimento.Bem pessoal é isso aí acho que já dá pra ter uma idéia de como é construir e voar seu próprio Paramotor R/C espero que tenham gostado. Aproveito também para agradecer a todos os amigos que acreditaram e me apoiaram neste projeto







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