quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Novos materiais a considerar em sua lista

A discussão das técnicas e materiais utilizados na construção dos modelos que foram reparados, assim como a experiência com novos materiais, adquirida durante o reparo dos modelos permitiu a introdução de novos materiais, por mim ainda desconhecidos, ou lançados após a construção dos modelos. Destaco os seguintes materiais: Massa Plástica/Acrílica para modelagem Tenho como referência a pasta de modelagem (emulsão acrílica para modelagem) da marca Acrilex. Mais fina que a massa de serragem e cola, porém menos resistente, esta massa plástica mostrou-se um excelente substituto à cola quente e à serragem/cola em suas funções de preenchimento. Além disso, esta massa, por aderir bem e ser fácil de lixar, apresentou-se como um material adequado à reparação, sendo fácil de cortar, e capaz de homogeneizar a superfície do modelo. Esta, porém, não deve ser empregada em locais de esforço mecânico e articulação, se seu objetivo não for meramente o preenchimento de lacunas. Neste caso, a cola quente, ou roletes de latinha são muito mais adequados, respeitando-se é claro, a escala da articulação. Lata em mais lugares? Durante os reparos efetuados, a lata se mostrou, associada ao fio de cobre, o melhor material para a confecção das hastes de trens de pouso, assim como o melhor material para confecção de dobradiças. O uso de roletes de lata, ou seja, pequenos tubos feitos de lata enrolada ao redor de um arame de cobre, mostrou-se muito útil na confecção de algumas articulações. No interior dos modelos e como peça estrutural, entretanto, a lata conferirá maior robustez à estrutura, mas dificultará muito a manutenção. EVA O EVA mostrou-se muito sucetível a deformação por peso, embora seja muito fácil de modelar, especialmente na confecção de pneus. Sugere-se pelo menos a utilização de reforços de lata, enquanto não se encontrar uma borracha mais adequada à fabricação de pneus. Para qualquer outro uso, o EVA deverá ser classificado como material frágil. No caso dos pneus, para modelos leves parece adequada a sua utilização. O retorno do Papelão grosso? O papelão grosso mostrou-se um excelente material de preenchimento estrutural no momento das reparações. Pode ser interessante retomar seu uso, até mesmo como suporte a posteriores aplicações de massas de preenchimento, que utilizarão sua estrutura ondulada para melhor fixação. Vaselina e graxa O uso de lubrificantes como vaselina e graxa mostrou-se vital na conservação de rolamentos e articulações. Imaginando que seria desnecessário lubrificar as rodas de meus antigos modelos, muito leves e pouco manuseados, nunca me importei com estes materiais. Realizei, porém, um teste de lubrificação com vaselina em um de meus modelos mais recentes. O desgaste do tem de pouso se mostrou muito menor neste caso, estando seus rolamentos até hoje, cerca de 8 anos após sua construção, em perfeitas condições. Os melhores tipos de revestimento impermeável O uso de goma laca (mistura de cola e álcool etílico) mostrou-se muito eficiente na impermeabilização dos modelos, evitando sua deformação na presença de umidade. Os vernizes tanto foscos quanto brilhantes apresentaram bons resultados na proteção das pinturas. O melhor é optar por utilizar verniz em spray, que agride menos a tinta durante a aplicação do que quando usamos pincéis. Já no caso da goma laca, esta deve ser aplicada com pincel para que ajude a homogeneizar a superfície, deitando os pelinhos do papelão lixado. A goma laca parece um revestimento mais consistente que o verniz, na função de revestimento impermeável, mas tende a alterar mais as cores da pintura, quando aplicada sobre a tinta, do que os vernizes, além de aparentar menor resistência mecânica. Por que é importante trabalhar com tintas conhecidas e padronizadas Quando reforma mos ou restauramos um modelo, é que percebemos quanto os pigmentos de uma tinta alteram sua cor com o tempo. Mais que isso, percebemos que tintas de diferentes marcas, se empregarem pigmentos distintos para atingir a mesma cor, envelhecerão de formas distintas. Além disso, a msitura de cores, quando tratamos de pigmentos, produz cores que envelhecerão diferentemente, cada qual de acordo com a proporção de cada tipo de pigmento utilizado. É por este tipo de problema que classifiquei as tintas como material frágil ao tempo. Retocar uma pintura antiga, mesmo que esta tenha sido devidamente protegida por vernizes e impermeabilizantes, torna-se um trabalho bastante complicado, cujos resultados podem ser pouco satisfatórios, principalmente com o passar do tempo. Veja um caso que destaco como exemplo: Pintando uma tela, resolvi ajuntar o conteúdo final de uma bisnaga de tinta a óleo cor “verde Inglês número 5” com a tinta de outra bisnaga de mesma cor nominal, ainda sem uso. Qual a surpresa quando percebi que as cores das duas tintas, de mesma marca, eram muito diferentes. Um verde era um pouco mais escuro que o outro, e suas texturas eram distintas. Isto na mesma marca, de uma tinta bem considerada no mercado nacional. Um outro problema claro foi o que encontrei no momento de restauração de meus modelos. Eu não havia tomado nota das cores e proporções de mistura que utilizei na produção dos modelos. Como eu poderia proceder a um reparo? Misturando tintas e tentando obter o mesmo tom presente nos arredores? Mas desta forma eu certamente veria as cores envelhecerem de forma distinta, criando manchas de cores diferentes nas áreas reparadas. Tenha sempre isto em mente: Reparos e repinturas deixam marcas. Qual é então a melhor opção para a restauração de um modelo? A repintura completa do modelo pode ocultar as marcas de reparos no papelão e madeira, assim como proporcionará um envelhecimento homogêneo de cada cor. É claro que para assim proceder à restauração de um modelo, você necessitará de algum registro seguro da padronagem de pintura de seu modelo. Este registro pode ser muito bem uma fotografia. Além disso, é importante lembrar de tomar nota de cada cor e identifica-la de alguma forma, seja através de uma tabela de cores e misturas, como as existentes em lojas de tintas, ou através do nome da cor e seu código e marca. De qualquer forma, se você quiser se prestar ao trabalho, e não se importar em criar uma nova pintura, você poderá optar por uma reforma completa do modelo, inclusive alterando a padronagem de pintura para dar-lhe novos ares. A opção é pessoal. Para realizar uma repintura, entretanto, é importante atentar a um detalhe: As tintas acrílicas e a óleo tendem a ser transparentes. Uma cor de base ou fundo, poderá influir na cor que a sobreponha, reduzindo seu brilho, escurecendo-a ou alterando seu tom. Para evitar este problema, é aconselhável remover a camada de pintura anterior com alguma ferramenta de limpeza específica. Depois, aplica-se novamente o impermeabilizante e sobre ele uma base de cor homogênea (ex: branca), para somente então reiniciar a pintura.

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