quarta-feira, 12 de novembro de 2014

cuidados com sua segurança

Você pensa na possibilidade de ocorrerem acidentes pessoais enquanto trabalha com modelismo? Provavelmente sim, mas quanto a tomar as providências adequadas para se proteger, isto pode ser um assunto bastante diferente... Apresentarei neste artigo uma visão geral dos riscos à saúde que podem estar envolvidos no modelismo alternativo, classificando as categorias de riscos e, sob esta classificação, analisarei a facilidade e gravidade de cada um destes riscos se realizarem, apresentando algumas formas de amenizá-los ou prevení-los. Devo lembrar que embora eu tenha realizado alguma pesquisa na área de prevenção de acidentes e perigo de certas substâncias à saúde, este artigo não é uma referência completa para o modelista alternativo, que deverá procurar por seus próprios meios uma forma realmente eficáz de proteger sua saúde. Este artigo é apenas uma referência para iniciar a busca por medidas de prevenção. Ele procura alertar para certos riscos que corremos ao trabalhar com modelismo, mas que muitas vezes não tomamos conhecimento, ou que ignoramos por motivos vários como o desconforto de uso de equipamentos de segurança. As dicas constantes neste artigo são as medidas de segurança que eu mesmo emprego, ou que me forem sugeridas futuramente por outros modelistas alternativos. Quando uma dica de segurança for proveniente de algum aviso oficial de segurança feito por órgão público responsável, ou empresa / pessoa qualificada, haverá uma indicação clara disto, atestando a segurança do método. As demais dicas poderão até ser seguidas, mas com a ressalva de que sua eficácia é altamente questionável. Com a publicação deste artigo eu me considero completamente livre de qualquer responsabilidade por danos ou perdas materiais, pessoais ou de saúde causadas pelo emprego de qualquer técnica ou material listados nos tutoriais de modelismo alternativo. Não me responsabilizo por informações fornecidas nos fórums de modelismo alternativo, como já previamente dito nas regras de utilização dos mesmos. Este artigo não constitui um tutorial de auto-proteção, por não pretender fornecer informações completas e definitivas de como se prevenir, e de quais são os reais riscos de trabalho, em sua totalidade.Pense nas medidas de segurança que você toma ao iniciar o trabalho em um projeto de modelismo. Se você é uma pessoa previnida, você trabalha com produtos de cheiro forte em lugares arejados... Se trabalha com calor, usa luvas... Se você trabalha com ferramentas rotatórias como esmeril, usa luvas e óculos de proteção. O que? Você não usa nada disso? Bem, esta é a norma quando tratamos de trabalho. As pessoas não se previnem contra as possibilidades de acidentes. É isto mesmo! Nós geralmente tratamos os acidentes de trabalho como possibilidades remotas. Você já deve ter ouvido a seguinte frase: Ah, isso não vai acontecer comigo, pois eu sou cuidadoso... Se você for realmente cuidadoso, você utiliza equipamentos de segurança, e boa parte deste artigo não se aplica a você, mas mesmo sendo cuidadoso, será que você conhece bem os riscos a que você está exposto? Por risco de trabalho em modelismo iremos tratar, neste artigo, os riscos de: Ingestão, inalação ou absorção cutânea de substâncias tóxicas. Inalação de poeira além de limites toleráveis pelo organismo. Cortes nas mãos ao manusear equipamentos ou materiais afiados. Esmagamento de membros por objetos pesados. Perfuração cutânea ou dos olhos por estilhaços de ferramentas, materiais ou reservatórios pressurizados. Queimaduras por calor ou por ação química. Choques elétricos e arrancos fortes dados por equipamentos automáticos mal regulados ou mal conservados. Incêndios causados por descuido, ou defeitos na rede elétrica Você pode se perguntar: Em que situação eu estaria exposto a tais riscos? Nem sempre você estará exposto aos mesmos riscos... Isto dependerá de como e com o que você trabalha, mas certamente uma boa parte destes riscos será compartilhada pela maioria dos modelistas que realizam alterações em modelos ou os produzem por completo. Estes riscos independem de você ser um modelista alternativo ou não. Tomando o meu próprio exemplo, vamos pensar nos riscos que corro... Eu trabalho com ferramentas como micro retífica, aerógrafo, compressor de ar com reservatório, lixas, ferro de solda, facas, tesouras e bigornas. Pensando apenas nas ferramentas que utilizo, podemos identificar uma série de riscos, tais como: Discos de corte podem explodir em alta rotação, projetando estilhaços sabe-se lá para onde; Uma bigorna, faca ou tesoura sobre a bancada de trabalho pode cair sobre meu pé; O ferro de solda pode iniciar um incêndio, ou eu posso me queimar... Este também pode cair da bancada, sobre meu pé. Bem, resumindo bastante, este é o tipo de risco a que todos estamos expostos, e os primeiros em que pensamos... Muitas vezes os únicos em que pensamos! Contra estes riscos basta tomar algumas medidas de segurança bem conhecidas e geralmente bem difundidas como parafusar certas ferramentas como bigornas, morsas, etc sobre a mesa. Pode-se ainda utilizar suportes fixos para certas ferramentas sobre a bancada, de forma que enquanto não estiverem em uso, estas estarão presas a uma dada posição. Assim, o que muita gente não sabe é que uma caixa ou um quadro de ferramentas não é só uma medida de organização, mas também de segurança! Eu não estarei, porém, limitado a estes riscos e modos de prevenção... Quando paramos para pensar nos materiais e nas técnicas de modelagem dos mesmos, percebemos que há mais do que o risco de acidente por queda, explosão, falha ou defeito em equipamentos. Veja a lista de materiais que costumo utilizar: Arames de aço, latas de cerveja ou refrigerante, cola branca, cianoacrilato, barbante, alfinetes, EVA, folhas de polietileno, papel, papelão, borracha, alcool etílico, tintas acrílicas e madeira. Detritos e subprodutos destes materiais, ou mesmo os próprios materiais podem também proporcionar riscos à nossa saúde quando manuseados incorretamente com estas ferramentas, ou sem o emprego das medidas de segurança corretas. Para continuar nossa discussão, vamos classificar os riscos que corremos ao trabalhar com modelismo alternativo. Esta classificação nos ajudará a entender melhor a freqüência e gravidade dos riscos que corremos, ajudando a escolher a forma correta de prevenção.Na realidade, por acidente entendemos apenas os eventos acidentais (que têm possibilidade de acontecer, mas não ocorrerão em condições controladas de trabalho) capazes de causar prejuízo à saúde. Nesta categoria incluiremos todos os casos de ferimento / intoxicação por queda de objetos mal organizados sobre a bancada; erro ao manusear equipamentos ou materiais que cause explosões, projeção de estilhaços, ou queima de motores elétricos; imprecisão de movimentos com ferramentas cortantes; fogo causado por contato de ferramenta quente com materiais combustíveis, entre outras possibilidades que não abordaremos neste artigo. Outra categoria que devemos considerar é a de sinistro (evento danoso cuja ocorrência é imprevisível, e não depende diretamente de uma ação imediata da pessoa anvolvida). O sinistro envolve geralmente aquelas situações que estão fora do controle ou do conhecimento da pessoa envolvida, independendo sua ocorrência da inabilidade ou erro pessoal na utilização dos materiais e instrumentos. Nesta categoria incluiremos as falhas de equipamentos e materiais que causem explosões projeção de estilhaços, choque elétrico e fogo. Estes eventos danosos ocorrerão principalmente através de curto circuitos, descargas elétricas atmosféricas, energia estática e defeito de fábrica. Aqueles eventos capazes de causarem prejuízos à saúde e que não estejam listados acima, ou que não se assemelhem à categoria de acidente ou sinistro, incluiremos na categoria de ameaças invisíveis. Basta observar as características dos eventos acima, para entender esta classificação: Acidentes e sinistros são eventos probabilísticos, que podem ocorrer ou não, em função da concorrência de certos fatores de descuido e periculosidade da atividade efetuada. Ambas as categorias também tendem a apresentar conseqüências imediatas à saúde, com sintomas claros a curto prazo, como cortes, queimaduras, esmagamento, perfurações, fogo... Já as "ameaças invisíveis" são assim classificadas porque tendem a agir silenciosamente, causando suas conseqüências a médio e longo prazos e iludindo a pessoa envolvida de que não estão presentes ou são inofensivas. Isto ocorrerá até incapacitar a pessoa de exercer certas atividades, ou quando estas ameaças causarem irritações e desconfortos crônicos, ou mesmo a morte. Elas são ameaças justamente porque estão constantemente presentes, não sendo, portanto, de natureza probabilística e causando suas conseqüências com 100% de certeza, dependendo apenas de seus limiares de exposição às fontes causadoras do dano. Esta classificação não foi retirada de nenhum livro ou literatura especializada, e eventualmente pode diferir das classificações previamente existentes para riscos de trabalho, mas servirá para nos guiar na prevenção dos principais riscos envolvidos no modelismo alternativo. Com base nesta classificação, podemos dizer que quando me referi às ferramentas que uso, eu estava listando uma série de riscos de acidentes e sinistros envolvidos no manuseio das mesmas. Ao olharmos para os materiais, teremos basicamente o risco de acidentes com lata de cerveja (material cortante), com farpas de madeira, com a colagem dos dedos por cianoacrilato e com a queda de alfinetes... Os sinistros envolvem normalmente causas naturais ou fora de nosso controle - nem sempre. Estes independerão do manuseio, ou dos materiais envolvidos, pois têm origem sempre oculta (daí vem o nome sinistro), mas sua possibilidade de ocorrência, ou os danos potenciais causados serão diretamente afetados pela organização, infra-estrutura e pelos materiais presentes no meio de trabalho. Assim, o uso de materiais combustíveis potencializa os estragos causados pelo fogo, principalmente em ambientes apertados e mal arejados. O trabalho com equipamentos elétricos em dias de tempestades de raios aumenta a probabilidade de choque elétrico, queima de equipamentos e incêndios, etc. Por fim, pensando no uso que fazemos de certas ferramentas para modelar materiais, sabemos que geraremos subprodutos e detritos que se expalharão pelo ambiente e entrarão em contato como nosso organismo. É agora que começaremos a nos preocupar com as ameaças invisíveis... Estes detritos e subprodutos são intrínsecos à utilização dos materiais, quando submetidos a certas técnicas. A relação é portanto determinística, ou seja, do tipo: faça isso, e obtenha aquilo em troca. Os detritos e subprodutos não causarão, geralmente, efeitos imediatos sobre o nosso organismo ou sobre o funcionamento das ferramentas. Isto ocorre porque nosso organismo possui mecanismos de defesa contra substâncias nocivas e/ou desconhecidas, o que nos confere certos limiares de resistência a poeiras e gases. Além disso, existem limiares naturais de concentração de certas substâncias no ar, para que elas reajam entre si, tornando-se tóxicas, ou para que elas emperrem equipamentos, precipitem, se tornem combustíveis ou até mesmo explosivas! Existem relatos de que a poeira de cereais num depósito nos Estados Unidos teria causado uma grande explosão que destruiu o prédio inteiro, ao sofrer ignição devido a uma faísca gerada por defeito nas esteiras de transporte de sacos. A grande concentração de pó no ar, e a secura do ambiente causada pelo atraso na umidificação do ar (procedimento padrão nestes depósitos) teriam possibilitado uma reação em cadeia de espalhamento de fogo de partícula em partícula suspensa no ar, causando a explosão. Veja referências a casos similares aqui: link1 e link2. É claro que este é um caso extremo que ocorreu em escala de produção industrial, mas eu o citei apenas como exemplo ilustrativo. Você começa a perceber que há muito mais por traz de qualquer trabalho, que possa trazer riscos à nossa integridade física e saúde? Bem, o melhor então é previnir... Vejamos a seguir alguma situações e dicas de prevenção. https://www.osha.gov/pls/imis/accidentsearch.accident_detail?id=14256317 Adotaremos o seguinte critério para classificação da gravidade do risco: Pouco grave - perda de trabalho ou material, pequenos ferimentos leves, atordoamento e pequenos arrancos que causem dor momentânea. Media gravidade - perda de ferramentas, cortes leves, choques elétricos a baixa tensão, pequenas queimaduras e contusões leves. Grave - cortes profundos ou até amputamento de dedos, choques elétricos a alta tensão, queimaduras graves, contusões graves, cegueira momentânea ou parcial, intoxicação reversível. Muito grave - perfuração dos olhos ou cegueira definitiva, choques elétricos a alta tensão e amperagem, incêndios, intoxicação ou irritação crônicas, amputamento de membros, explosões e até morte. A provável freqüência dos acidentes e sinistros é classificada de acordo com o tipo de condição causadora de sucetibilidade: Fácil ocorrência devido a descuido pessoal Ocorrencia sujeita à falta de proteção pessoal Ocorrência sujeita à má conservação de equipamentos e locais de trabalho Ocorrência sujeita a condições ambientais perigosas Ambos estes critérios pressupõem que a atividade de modelismo não exporá o modelista a situações de calor extremo capaz de causar queimaduras ou desidratação nas condições normais de aplicação de alguma técnica. Ainda pressupõe-se que não serão utilizados materiais sabidamente nocivos e de uso tipicamente industrial, como ácidos fortes, chumbo derretido ou mercúrio e qualquer outro material cuja venda seja controlada, devido à sabida periculosidade de manuseio. Algumas substâncias nesta "categoria de produtos nocivos" costumam ser empregadas em técnicas de gravuras em metais, por exemplo. Em modelismo alternativo, entretanto, procuraremos evitar este tipo de técnica. Devido à falta de estatísticas específicas sobre acidentes em hobbies e trabalhos caseiros não é possível classificar os acidentes por sua freqüência histórica, mas podemos classificá-los por sua sucetibilidade em função de certas condições de trabalho. Na própria legislação brasileira, sabidamente nas normas regulamentadoras de segurança do ministério do trabalho, considera-se primeiramente a seguridade geral do ambiente de trabalho, e somente se for necessária alguma outra medida para suprir as deficiências não sanáveis de segurança do ambiente, utilizar-se de equipamentos de proteção pessoal. Isto significa que os equipamentos de segurança pessoal de forma alguma devem substituir as medidas de segurança geral, sendo utilizado apenas como complemento, e nunca como a única política de segurança adotada. Isto é lógico, na medida em que manter um ambiente seguro de trabalho evitará a maioria dos incidentes que podem resultar em acidentes pessoais. Assim, a classificação por sucetibilidade, que expõe as causas geradoras de risco ao invés de freqüências históricas de acidentes é até mais adequada para nossa classificação de risco. Apesar disto, como referência você poderá ver este artigo que fala sobre os acidentes mais comuns na construção civil. Embora estes acidentes não representem a realidade dos acidentes com modelismo, você deve considerar que parte das ferramentas da construção civil se assemelham em muito às ferramentas utilizadas em modelismo. Começaremos pelo mais básico: Cuidar do ambiente de trabalho.

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