sábado, 12 de abril de 2014
Enrolamento de motor brushlees
Muita gente tem-me perguntado como enrolar um motor Brushless, então resolvi postar aqui a minha experiência, embora apenas faça uma breve síntese, já que o assunto é bastante extenso e além disso ainda estou a dar os meus primeiros passos, embora já tenha enrolado dezenas, inclusive alguns novos que decidi enrolar pois não confiava no enrolamento original, contudo poderá servir de lançamento para os mais interessados.
Aparentemente parece difícil mas não é, além disso é gratificante ver no fim o “bicho” a bulir novamente, a minha maior dificuldade é a falta de paciência.
Um dos problemas com que se deparam muito os utilizadores de motores eléctricos é essencialmente a quebra de fios do motor, resultante de desgaste, quedas, aquecimento etc, facto que obriga a aquisição de um motor novo e consequentemente gastos acrescidos.
Embora o preço dos motores hoje em dia não seja muito elevado, já que por 7€ se compra um “motorzito” não deixa de ser uma despesa que podemos poupar para outros fins.
Como estamos em época de contenção de custos, penso que o enrolamento (rebobinagem) de motores pode ser uma solução para aqueles que como eu gostam de fazer aeromodelismo a partir da raiz ou que têm tempo para a tarefa.
Apesar de haver muita informação sobre este assunto e diversas formas de fazer o enrolamento irei dedicar estas elucidações com base nas experiências que tive com o motor Brushless que habitualmente uso nas minhas construções, o Tower pro 2409 12T de 1600kv, conforme foto 1, composto por 12 imãs e 9 bobinas no estator, contudo este método pode ser extrapolado para outros motores.
Quanto ao enrolamento, primeiro de todo temos de determinar a constante do motor, para isso importa aferir o N.º de voltas original que têm as bobinas. Neste caso em particular o motor já está identificado com 12T, que significa 12 voltas por bobina, caso o fabricante não identifique é necessário contar o n.º de voltas, tarefa difícil quando o motor “esturrou”.
Para calcular a constante do motor apenas precisamos de multiplicar o N. de voltas original pelo n.º de Kv que o motor possui, ou seja, 12 voltas x 1600Kv=19200 constante do motor.
Assim, se pretendermos manter o motor original apenas temos de enrolar novamente com um fio igual ao original (fio triplo 31 AWG) conforme a tabela anexa, que arranjo ao metro num rebobinador profissional, fica gratuito, caso tivesse de adquiri uma bobina não justificaria esta acção.
A utilização de fios finos (em duplo, tripulo ou quadruplo) obtém-se melhor acomodação, é mais fácil de enrolar e os fios não estão tão sujeitos a partir, em alternativa pode-se usar um fio 29 AWG (actualmente uso este tipo de fio).
Caso pretenda alterar o Kv original basta aumentar ou reduzir o N.º de voltas. Normalmente reduz o N. de voltas para aumentar o KV. Neste caso, 19200/10voltas=1920Kv (novo Kv do motor), até porque é mais fácil reduzir ao n.º de voltas do que aumentar, já que o espaçamento entre as bobinas do estator muitas vezes não permite aumentar. No final apenas tenho que testar a hélice adequada e o consumo para não derreter o variador ou a Lipo (ter a mão um multímetro com um shunte é necessário).
Nota:
MENOS VOLTAS – aumenta o Kv.
MAIS VOLTAS - diminui o Kv.
Relativamente ao enrolamento sigo o esquema com fechamento em DELTA conforme foto (vista de trás do motor onde é fixado o suporte do motor):
Procedimento:
Antes de iniciar lixo a superfície das bobinas e verifico se a protecção do esmalte do estator esta danificada (normalmente acontece quando os motores queimam ou sofreram impactos com materiais que danificam o esmalte).
Corto cerca de 1,5m de fio, estico bem para não deixar dobras, as dobras tendem a partir o fio;
Atribuo a numeração a cada bobina escrevendo com caneta de acetato na superfície da bobina, facilita bastante, sobretudo no fim para unir as respectivas pontas;
Começo na bobina 1 passo para a 4 e de seguida para a 7 e assim sucessivamente para as restantes mantendo SEMPRE o enrolamento no sentido horário;
Ao iniciar deixo uma ponta de fio com cerca de 20cm para posteriormente unir a outra ponta e ter fio de sobra para ligar ao variador;
No fim junto as pontas e entrelaço e protejo com manga retráctil no diâmetro adequado;
Outros enrolamentos para motores de 12 bobinas com fecho em DELTA
Neste esquema unir os fios do seguinte modo:
S1 com E3
S2 com E1
S3 com E2
outra opção
Tabela com outros tipos de enrolamento possíveis, de acordo com o N.º de Bobinas e imãs.
No qual os números 3, 6, 9, 12, 15, 18 correspondem ao N.º de Bobinas e os números 2, 4, 6, 8, 10, 12, 14 e 16 ao número de imãs.
Nota:
"A"= enrolamento no sentido horário e "a" no sentido anti-horário
"-" = não bobinar
Em que a cor Azul significa boa combinação, branco funciona, vermelho + ou -
Nota: Usar material não abrasivo nesta operação para não ferir o esmalte do fio, normalmente uso material de madeira ou plástico.
TENTEM QUE VALE A PENA, BONS VOOS!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
informações e Dicas
1º - Interferências: Por mais que se tente, com a tecnologia atual, não é possivel evitar as interferências, seja no mundo civil ou militar ...
-
1º desenho O primeiro e o segundo estatores , reparem que começa o primeiro estator sentido horário e o segundo anti-horario e pula 4 esta...
-
Podemos considerá-la o coração do aeromodelo, a bateria tem fundamental importância em seu funcionamento. Não me refiro aos elétricos, e si...
-
Aeromodelos cortados a laser estão de popularizando muito no mercado, porém como conseguir distinguir uma boa planta para o corte de laser? ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário