segunda-feira, 2 de maio de 2016

Pouco ou muito comando ?

Uma dúvida muito comum no momento de ajustar um aeromodelo é: “coloco pouco ou muito comando?”. Minha primeira resposta para isso é depende... Brincadeira, nesse caso não; o correto é nenhum dos dois. Essa dúvida assola iniciantes e pilotos experientes, mas com este artigo espero que passe a entender porque esse ajuste é tão importante. Acredite, um piloto de alto nível (profissional é quem recebe pagamento para voar) leva meses para ajustar corretamente seu aeromodelo. Você não leu errado, e não estou exagerando: MESES. Isso é necessário para que o avião responda exatamente como o piloto deseja. E um dos principais ajustes é a quantidade de comando, e claro que esta está ligada intimamente com o exponencial, tanto que em muitos rádios essas configurações ficam na mesma tela de programação.Comando ideal para voo esporte Bastante comando, ideal para manobras 3D Pouco comando, para voo escala Pouquíssimo comando, muito perigoso voar assim Antes de começar irei fazer algumas ressalvas: - Caso seu rádio não seja computadorizado, desconsidere a parte do exponencial, pois ele não tem esse recurso; e leia este artigo para saber como ajustar mecanicamente a quantidade de comando; - Caso seu rádio seja computadorizado, mas você não conhece a utilidade de cada função, leia este artigo. Primeiro de tudo você deve entender porque voar com pouco ou muito comando é difícil e trabalhoso. Quanto falta comando em voo, o risco de lenhar (quebrar) seu aeromodelo é grande, pois ele pode levar uma rajada de vento e não conseguir se recuperar a tempo, por exemplo. Os movimentos tornam-se demasiadamente lentos (curvas com grande raio/abertura, por exemplo), exigindo do piloto um controle e planejamento maior que o necessário. Mas o pior de tudo é o pouso, sem comando suficiente de profundor o aeromodelo estola antes da hora e corre o risco de danificar o trem de pouso e a hélice. Espero ter te convencido de que pouco comando é ruim, o que é menos obvio que muito comando. Quando sobra comando em voo a situação geralmente é pior e mais perigosa, pois o avião parece não conseguir voar em linha reta; e o piloto não sabe o que fazer, fica perdido e tremendo. O pior é que movimentos bruscos podem estolar com maior facilidade, e a recuperação é mais difícil ainda nessa situação. No pouso... Ai não precisa nem comentar, haja dedo para arredondar e tocar a pista com suavidade; geralmente sai “boingado” (toca o chão e da vários pulinhos em seguida) ou estola alto e bate com força no chão. Claro que essas situações são em casos extremos, não é tendo um pouco mais ou um pouco menos que o ideal que isso vai acontecer. O que quero te conscientizar é quanto à importância do ajuste de comando, e o quanto isso é importante para um voo suave e gostoso ao piloto. Vamos à parte pratica: O quanto o comando se move está diretamente ligado ao tipo de voo e ao tamanho da superfície, por isso não posso dizer: deixe o comando movendo 20º, ou, coloque 70% no “dual rate”. Claro que um aeromodelo 3D precisa de bem mais comando que um treinador, que por sua vez precisa de mais comando que um pylon racer (por causa da alta velocidade). Você precisa sentir o avião em voo - se for o primeiro, programe no chão uma quantidade que você considere aceitável e teste em voo – e além de sentir você deve estar confortável com a reação dele. Quanto do stick você gosta de mexer para que seu avião realize um roll em média velocidade? Coloque essa quantidade de comando no ponto que você gosta. Dá trabalho? Sim, e não é pouco. Mas uma hora você acerta e fica com o modelo na mão. O mesmo vale para o profundor, você está conseguindo fazer curvas suaves e sem muito esforço? Ou o modelo pede batente de stick para conseguir virar? Neste último caso, aumente o comando. O leme é capaz de segurar seu aeromodelo em linha reta no pouso e decolagem? Se não é, aumente o comando. Se qualquer toque no stick o tira da reta, diminua o comando. O ajuste é, em sua maior parte, pessoal; um aeromodelo regulado para certo piloto PODE não estar para outro. Cada um possui seu estilo, gosto e vício de pilotagem. Em certos rádios é possível programar duas (ou até mesmo cinco em rádios mais avançados) quantidades de comando (dual rate). Isso é necessário para aviões que pedem mais de um estilo de voo. Por exemplo, um jato em alta velocidade e no pouso/decolagem, um treinador voando com e sem vento, um acrobático voando manobras de precisão e 3D. Nestes casos, cada taxa de comando deve ser testada e ajustada em sua situação específica de voo, obviamente. Lembra que eu disse lá no começo sobre a ligação entre o exponencial e a quantidade de comando? Agora vamos falar sobre ele. De antemão já adianto que uso exponencial em todos os meus aeromodelos, sem exceção. Considero-o uma das funções mais úteis do rádio. Ele é responsável por deixar mais suave, ou mansa, a reação do aeromodelo quando o stick trabalha próximo ao seu centro. É aplicado quando o avião pede uma maior quantidade de comando para voar bem, porém, ainda fica difícil de fazer pequenos ajustes. Para ele podemos falar de número, pois não varia tanto como a quantidade de comando. A maior faixa que devemos trabalhar é entre 10 e 40%, menos que isso é pouco sentido, e mais torna os extremos do stick demasiadamente sensíveis, o que também não facilita a pilotagem. O mais comum é deixar entre 20 e 30%. ATENÇÃO: dependendo o fabricante do seu rádio, você precisa colocar a porcentagem negativa, caso coloque ao contrário o stick ficará extremamente sensível. Hitec e Futaba, sempre negativo; Jr e Spektrum, sempre positivo. Para outras marcas consulte o manual. Da próxima vez que for voar faça o teste, varie pouco a pouco a quantidade de comando de cada superfície para mais e para menos; e veja quão melhor ou pior seu modelo fica. Lembre-se que um aeromodelo deve ser gostoso de ser pilotado. Tendências, falta de trimagem e comando muito bravo não são situações normais. Aprenda a regular seus rádios e use todas as funções que ele possui, pois ajudam demais.

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