quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O Envelope do Aeromodelo

Todos os aviões têm o que é chamado um "envelope". Este envelope traduz as capacidades do avião definindo os limites de velocidades, manobras, etc; que não devem ser ultrapassados. O envelope de velocidade de determinado avião, por exemplo, compreende todas as velocidades que ele pode atingir desde a velocidade mínima (de estol) até a velocidade máxima permitida. A superação desta velocidade máxima leva à um comprometimento da estrutura e seu conseqüente rompimento. Também manobras que estão fora do envelope do avião impõe um esforço para o qual ele não foi projetado. Este conceito de envelope se aplica igualmente aos nossos aeromodelos. Por isto é muito importante que as orientações fornecidas pelo fabricante sejam respeitadas. Os “Fun-Fly” são especiais Para cada tipo de vôo existem aeromodelos especialmente adequados e com envelopes específicos. Vejamos o caso dos aeromodelos do tipo "Fun-Fly"; estes modelos são super leves e de estrutura especializada com enormes superfícies de controle. São capazes de voar à velocidades baixíssimas fazendo todo o tipo de manobras e contorsionismos. Mesmo com a motorização indicada, a potência total do motor só é usada com o aeromodelo na vertical com o nariz para cima. O uso de toda a potência em vôo nivelado ocasiona excesso de velocidade e o aparecimento das incontroláveis oscilações rápidas das superfícies de controle, o "flutter", que podem até desintegrar o aeromodelo em vôo. O motor potente é usado neste tipo de aeromodelo para acionar uma hélice de grande diâmetro e pouco passo, essencial para as manobras verticais em baixa velocidade ou em vôo pairado. Estes aeromodelos compreendem desde os “Fun-Fly” propriamente ditos com fuselagem “pod & boom”, passando pelos perfilados até os modelos "3D". Constam desta lista os U-Can-Do, Dazzler, Twist 3D, Funtana, etc. Para estes aeromodelos devemos ter sempre em mente: a) Não voe com o motor a pleno. Dê todo o motor apenas durante as subidas com ângulo acima de 20 graus. b) Verifique rotineiramente as dobradiças e lincagens a procura de folgas que além de comprometerem o vôo podem ocasionar "flutter". c) Use servos sem folga e com torque no mínimo igual ao recomendado pelo fabricante. Os servos digitais são os melhores por terem um alto "holding torque". Não “Force a Barra” Com todos os tipos de modelos evite graves aborrecimentos tendo sempre os seguintes cuidados: 1. NÃO use motores maiores que os recomendados pelos fabricantes. 2. NÃO use hélices diferentes das especificadas para o tipo de vôo do seu modelo. 3. SEMPRE reduza o motor durante as descidas. Algumas vezes os resultados dos abusos cometidos não aparecem de imediato, mas vão se acumulando até que, quando menos se espera, o aeromodelo se parte em pleno vôo. Outras vezes os esforços exagerados dão avisos antes dos desastres como rachaduras, colagens que se soltam, peças em plástico que se abrem, etc. É bom ficar atento e fazer os reparos necessários e passar a voar o aeromodelo com o devido cuidado. Além do excesso de velocidade outros fatores põem em risco a integridade de seu avião entre eles o óleo infiltrado na madeira que enfraquece as juntas coladas e a própria madeira e também o uso de hélices e spinners desbalanceados que causa vibrações danosas. Servos com folgas também podem ocasionar "flutter". Força “G” Manobras bruscas realizadas em alta velocidade também causam sérios danos aos aeromodelos que não foram especialmente projetados para isto, incluindo aí também vários modelos acrobáticos. Descidas verticais com o motor "esgoelando" com recuperação brusca para o vôo nivelado ou "snap rolls" com o aeromodelo em alta velocidade, entre outras barbaridades, impõe uma carga inacreditável sobre suas superfícies de sustentação. Um Dado Concreto e bem “Pesado”! Para termos uma idéia, tome um aeromodelo fazendo uma curva a 100 kph com um raio constante de cerca de 20 metros. Nestas condições este modelo sofre uma força quase cinco vezes maior que a força da gravidade (4,9 Gs). A mesma curva feita a 150 kph praticamente dobra o esforço sobre o aeromodelo para 9,8 Gs. Ou seja, a asa de um aeromodelo pesando 3,5 kg fazendo esta curva a 100 kph suporta um peso de 17 kg. Se colocarmos um motor mais potente, com pipa e fizermos esta mesma curva à toda velocidade atingindo os 150 kph a pressão será de 34,3 kg! Este peso tremendo é distribuído pela asa, mas não por igual, o esforço se faz muito maior no centro da asa. Não é a toa que asas partidas em vôo acontecem com certa frequência com os pilotos audazes! Seguindo as orientações inclusas nos kits do seu aeromodelo você estará voando dentro do envelope com maior segurança e aproveitando melhor o que o seu aeromodelo pode oferecer.

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