quinta-feira, 16 de março de 2017
Linkagem: qual usar
O que mais me encanta no mundo do aeromodelismo é a possibilidade de criarmos. E não digo isso apenas me referindo aos aviões em si, mas sim a tudo. Desde pequenos mecanismos de abertura de canopy, até mesmo sistemas complexos de trem de pouso. O que importante é ser confiável e funcionar, tudo vale: de CNC a martelo. E a parte de linkagem é uma que certas vezes pode nos exigir um pouco de criatividade, principalmente se for embutida ou em locais confinados. E este artigo será exatamente sobre isso: os tipos mais comuns de linkagem.
Para que não está familiarizado com o termo, vou começar explicando o que é uma linkagem: são todos os componentes responsáveis por ligar o movimento do servo à superfície de comando, ou seja: horn, clévis, arame, cabo de aço, fibra de vidro e tudo mais que a imaginação permitir.
Você pode fazer a linkagem com inúmeros materiais que estiverem de fácil acesso, como a grande parte do aeromodelismo, não há certo ou errado; e sim linkagens mais ou menos confiáveis/adequadas.
Push-pull (Empurra-puxa)
É a mais comum para todos os tamanhos de avião, pois é de simples execução e não precisa de muito preparo estrutural. Basicamente é um arame rígido ou fibra de vidro que liga o servo ao horn. Quando longa, o ideal é utilizar um material rígido em ser comprimento – como madeira - para assim evitar folgas (flambagem) e possivelmente flutter (ressonância entre o ar e o comando que pode causar graves danos estruturais).
Pull-pull (puxa-puxa)
Muito utilizada para o leme de aeromodelos giant (gigantes), raro ver em outras superfícies de comando. É constituída de dois cabos de aço, cada um ligado a um lado do servo e um lado do comando. Como o cabo é flexível, ele não empurra o comando, apenas puxa de um lado e de outro, daí vem o nome “pull-pull”. O melhor é que o cabo fique esticado apenas para evitar folga no comando, e não tensionado. É uma linkagem leve, resistente, e oferece boa precisão nos comandos.
Push Road
Comumente utilizada em modelos pequenos e médios; é uma variação da push-pull, mas em vez da linkagem correr solta dentro do modelo, ela é envolvida por um tubo plástico justo; o que na maioria das vezes garante que o arame não flambe e fique precisamente posicionado no seu lugar. É Mais difícil de instalar do que a linkagem tipo push-pull, pois o tubo externo precisa ser fixado corretamente para que cumpra sua função.
Rotary Drive Sistem (RDS) / Sistema de comando rotativo
Pode ser sub-dividida em vários tipos e variação, mas a mais comum é colar um arame em “L” dentro do comando, com sua perna saindo pela linha das dobradiças. Isso permite linkar a bequilha traseiras; ou fazer uma linkagem escondida para modelos escalas, sendo que em muito destes é possível ficar sem saber por onde a linkagem está passando, de tão escondida que está.
Pull-spring (puxa-mola)
Bem rara, vi uma única vez no campeonato de planadores F5J. Seu objetivo principal é ser leve, e para isso possui apenas um arame “puxando” um lado do comando, e para ele ficar centralizado, uma mola ou elástico o puxa para o outro lado. Para ser segura o ideal é trocar o elástico a cada dia de voo, pois caso ele estoure, o modelo fica sem comando.
Os tipos mais comuns de linkagens são estes, mas é claro que há inúmeras variações destes que se adaptam para cada situação específica. O mais importante, além de qualquer nome, é que a linkagem não deixe o comando folgado, e resista às forças do voo. Para assim proporcionar um voo agradável e sem surpresas.(http://www.aeromodelismoeassim.com)
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