quinta-feira, 9 de junho de 2016

Glow ou gasolina?

Somente quem experimentou a emoção de voar um aeromodelo combustão sabe como é: abastecimento, regulagem, partida... Tudo isso faz parte da sua rotina, além, é claro, do som inconfundível de um motor à explosão. O complicado para muitos é na hora da escolha, qual o melhor: glow ou gasolina? E é sobre isso que vamos falar neste artigo. Este tema é delicado, pois varia muito conforme a opinião pessoal, e por isso deixo claro desde o começo: o melhor para você é aquele que se encaixa nos seus recursos e objetivos. Acho importante deixarmos as unidades de medida bem definidas. Para motores glow utilizamos polegada cúbica, e a representamos da seguinte maneira: .46; .90; 1.20 ou 2.40, por exemplo. Já para motores gasolinas falamos em cilindradas, ou seja, centímetros cúbicos, por exemplo: 10cc; 55cc ou 170cc. Portanto, um motor .90 não significa 90cc; muito pelo contrário, em termos de equivalência de potência, um motor .90 equivale a um 15cc.Há uns 10 anos, motores gasolina eram apenas para aeromodelos grandes, os famosos giants; e seus modelos eram a partir de 50cc. Daí pra baixo o aeromodelo precisava ser glow. Hoje a situação é diferente, existem motores gasolina com 10cc muito confiáveis, da mesma maneira que existe motor glow 2.00 de igual confiança. Por isso, a escolha passou de restrita, para extremamente ampla, isso sem falarmos na motorização elétrica. Glow Por existir desde os primórdios do aeromodelismo, sua tecnologia é bem desenvolvida e seu funcionamento estável, por isso necessita de conhecimentos mais simples para fazer com que funcione. Possui um preço de aquisição relativamente baixo. Sua principal vantagem é não precisar de nenhum acessório embarcado para funcionar, ou seja, o avião precisa ter apenas o motor, tanque de combustível e um servo para acionar o carburador. Simples, prático e leve.Para a partida é necessário apenas um aquecedor de vela (ni-starter), que é basicamente uma bateria de 1,5V que faz a vela “acender” para que ele possa entrar em funcionamento, após isso o aquecedor já pode ser desconectado. Mas é altamente recomendável o uso de um bastão para girar a hélice, e não o dedo, pois ela pode girar de maneira inesperada e ferir gravemente seu dedo. Caso queira, pode utilizar um motor de partida externo (starter), que é encaixado no spinner e gira a hélice até que o motor ligue. O maior problema do motor glow é o combustível, pois o mesmo é cancerígeno e altamente tóxico, por isso deve se evitar ao máximo o contato com a pele e mucosas (boca, olho...). Além disso, o seu preço alto comparado a outros, perto de 150 reais por um galão de 3,7l (2016), e pode variar conforme o tipo de glow – quantidade de nitrometano e óleo.É possível encontrar o combustível, que é geralmente importado, em praticamente qualquer loja de aeromodelismo. Outro problema é a sujeira por ele causada, o aeromodelo fica sujo de óleo do escape para trás, e para limpar é necessário gastar algum tempo, senão o banco do seu carro ficará todo oleoso. Ou seja, nunca vá voar sem álcool para limpeza e um rolo de papel (toalha ou higiênico). Seus tamanhos mais usuais vão de .10 a 1.50, o que oferece grande variedade para substituir um elétrico ou gasolina, porém geralmente o escapamento original (mufla) não se dá muito bem com aeromodelos escala por ficar totalmente exposto estragando a aparência. A solução para isso é comprar um escapamento tipo “Pitts” e mantê-lo dentro da carenagem. Precisar de regulagem antes de voar é comum, mas de fácil execução para aeromodelistas com alguma experiência, pois o nitro no combustível permite uma grande variação no ponto da agulha sem apresentar grandes problemas de funcionamento. Gasolina Como sua vela (comumente) é acionada por faísca (como a de carro), necessita de um sistema de ignição, que é composto por: Ignição, chave e bateria. E em alguns casos pode ter até 60% do peso do motor em si. Seu preço é quase o dobro de um motor glow equivalente. Por possuir um sistema de ignição embarcado, para sua partida não é necessário nenhum tipo de acessório, e pela vela ser acionada somente quando o pistão está em determinado ponto, a chance de um contragolpe do motor acertar seus dedos é quase nula.O combustível recomendado é gasolina Pódium ou Avgas com óleo específico para motor dois tempos, por causa da baixíssima qualidade da gasolina comum de posto, ela não é recomendada. O custo da gasolina é de 4 a 8 reais por litro, e o do óleo de 30 a 100 reais o litro, dependendo diretamente de qual você prefere. Por não ser vendida em qualquer posto – principalmente no caso da Avgas, que só é encontrada em aeroclubes – pode ser difícil de comprá-la, ainda mais em cidades interioranas.O aeromodelo fica pouco sujo, pois grande parte do óleo também é queimada na combustão. Motores em amaciamento geram mais sujeira que os amaciados, porém ainda é quase nada comparado aos motores glow.A motorização possui uma grande gama de tamanho, indo de 10cc (equivalente a .55) até mais de 200cc, para aeromodelos gigantes. Alguns modelos de motores (linha DLE RA) possuem saída traseira para o escape, o que deixa o aeromodelo com uma boa aparência por não precisar cortar grandes partes do cowl.Pela regulagem ser pouco sensível às variações de pressão e temperatura do ar, não é necessário regular a cada voo, mas ainda sim é recomendável verificar seu correto funcionamento antes da decolagem. Porém para deixá-lo regulado é um pouco mais difícil, e exige maior perícia.Depois que apresentei suas vantagens e desvantagens vou dizer minha opinião: gasolina sempre. Escolhi isso, pois acho um absurdo o valor cobrado por um galão de glow. Apesar do motor gasolina ser mais caro, isso é rapidamente revertido com a economia no combustível que posso comprar em um posto da cidade,Outra boa vantagem é não precisar de aquecedor de vela e nem bastão de partida, é mais prático ir à pista apenas com rádio e avião. E de brinde ainda não suja muito o avião. Uma grande tendência que eu vejo é a popularização do motor gasolina, em contra partida, a diminuição do uso de motores glow.

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